Chegou a hora de Sérgio Azevedo Sérgio Azevedo, é o único atleta do GDCCP nestes 24 anos de existência da colectividade, que foi f...

Sérgio Azevedo

Chegou a hora de Sérgio Azevedo

Sérgio Azevedo, é o único atleta do GDCCP nestes 24 anos de existência da colectividade, que foi formatado noutros clubes. Contudo, soube adaptar-se à filosofia existente no grupo e hoje em dia é já um grande baluarte da nossa colectividade pedindo meças a quem faça mais que ele em prol do bom nome do clube e da terra a ele associado.






Data Nascimento: 14/11/76


Palmarés
  • 3º Classificado Corrida Morat – Friburg 17 Kms - Suiça 1993
  • Campeão Distrital Corta Mato Junior A.A Porto 1995
  • Campeão Distrital Pista Ar Livre Junior 3.000 m e 5.000 m A.A Porto 1995
  • Vice Campeão Distrital Montanha A.AAveiro 2007
  • 1º Classificado Trilhos Monsanto 2009
  • Campeão Portugal Montanha F.P.M.E Colectivo GDCCPaiva 2008/2010
  • 7º Classificado Circuito Nacional Montanha 2010


Sérgio, nasceste no Concelho de Marco de Canaveses, casaste em Castelo de Paiva, é certo, por isso diz-nos: o que representa para ti este emblema?

De facto sou natural de Várzea do Douro no Marco de Canaveses (14/11/1976), mas desde muito cedo estou ligado a Castelo de Paiva visto ter feito o meu percurso escolar do 7º ao 12º ano na Escola Secundária do Concelho, também em termos sociais Castelo de Paiva é terra de eleição desde esse periodo, que culminou em 2003 com o fixar de residência em S. Martinho de Sardoura, após casamento, e em simultaneo o ingresso no GDCCP. O G.D.C.C.P é a pagina mais importante da minha vida desportiva, é um previlégio, um orgulho e um enorme prazer fazer parte deste grupo fantástico que contribuiu decisivamente na minha formação, quer como desportista, quer como Homem e ao mesmo tempo ajudou através dos nossos feitos desportivos elevar bem alto o nome de Castelo de Paiva terra que me acolheu como um dos seus.

Estiveste em vários clubes antes de ingressares no GDCCP, tens por isso mais experiência que os teus actuais camaradas, em virtude dessa realidade, conta-nos: A adaptação foi fácil, aceitaste e foste bem aceite, ou foi e é dificil?

Ao longo da minha carreira desportiva que se iniciou no ano de 1990 passei por vários clubes, sendo alguns de relevo a nível até nacional, tudo começou no União Foz do Tâmega do Torrão, passando depois pelos Ases Valboenses de Gondomar, F.C Alpendurada, Terbel – Porto, Desportivo do Viso – Porto, Pasteleira – Porto, Sardoura – Castelo de Paiva e finalmente G. Desportivo Castelo de Paiva desde 2003. O atletismo têm uma vertente vincadamente individual, caso não haja um trabalho de base que tenha como objectivo fortalecer, unir o grupo, fazer com que o atleta sinta o peso do emblema que ostenta, por forma a que se possa retirar o máximo do rendimento individual e por consequência colectivo, sentir o apoio dos dirigentes, treinadores, colegas de grupo, principalmente destes, por forma a conseguir ultrapassar momentos menos bons e chegar-mos às competições com a responsabilidade de dar-mos sempre o máximo mesmo que a forma fisica e mental não esteja nos niveis máximos. Isto tudo para dizer o quê? consegui encontrar um grupo coeso que me recebeu de braços abertos e que me ensinou a pensar mais em termos de grupo e menos no Sérgio Azevedo individualmente, naturalmente que foi um percurso longo, por vezes dificil, mas que me tornou num atleta mais forte, fiável e competitivo. Pena é que as forças vivas do Concelho ainda não tenham conseguido perceber o que de facto significa o GD para a terra que representamos, o trabalho que têm sido realizado ao longo de 24 anos e os resultados apresentados, com Campeões Nacionais, Distritais e até Ibéricos quer individual quer colectivamente, atletas a representar as selecções Nacionais principais, jovens atletas com qualidades para se tornarem em casos sérios se de facto lhe forem dadas as mesmas condições de outros, quando falo com atletas de outros Clubes e lhes digo as condições com que trabalha-mos pergunta-nos, como é possivél estes resultados? não sei muito bem o que lhes responder. Não existe qualquer equipamento de apoio ao treino como a já á muito prometida pista de Crosse permanente inserida numa zona Desportiva mais alargada. E deixo uma pergunta; onde teriam chegado ou podem chegar estes atletas se lhes forem dadas condições para desenvolverem as suas qualidades? Merecemos mais do que palmadinhas nas costas.

Quando vieste para Castelo de Paiva, o Grupo não competia na montanha, como encaraste o rumo seguido?

No inicio fiquei um pouco renitente, até porque achava eu não ter as melhores caracteristicas para esse tipo de corrida, mas no ano de 2006 aquando do Nacional de Montanha realizado em Arouca a equipa não estava nas melhores condições e senti que tinha de dar o meu contributo pelo grupo, mesmo nunca tendo feito qualquer corrida do genero até á data, a experiência correu acima das minhas expectativas e fiquei com a sensação que a equipa de montanha ficaria mais forte com o meu contributo. Durante algum tempo amadoreci a ideia e comecei a preparar a época de montanha de 2007 para poder dar uma resposta mais capaz, a partir dai comecei e até hoje não parei mais.

Onde te sentes mais atleta, na pista, na estrada no Corta – mato ou na montanha?

Neste momento sinto-me um atleta mais completo que consegue competir a bom nível em todas essas vertentes, a minha formação atlética foi feita em grande parte na estrada, devido ao elevado nº de corridas existente e o próprio treino ser efectuado quase na totalidade na estrada, apesar de ter competido e até tido bons resultados quer na pista, quer no corta mato, mas hoje em dia posso dizer que o meu habitat natural é a montanha, se alguém me dissesse isso há uns anos atrás eu diria que era impossível.

Com um percurso como teu devem abundar factos marcantes, tens alguma história que queiras partilhar connosco?

No ano 2008 no Luso aquando da conquista do 1º Campeonato de Campeão Nacional de Montanha da F.P.A pelo Grupo Desp., estava lesionado e vesti o papel de técnico do GDCCP, estava um dia bastante chuvoso e escuro, junto com os meus colegas tentamos defenir a melhor estratégia para chegar-mos ao titulo sabiamos que existiam 4 fortes candidatos, a Casa do Povo Fermentões de Guimarães, Campeões em titulo, o GDCR de Portalagre, equipa com muita tradição na montanha e também já Campeã, os Gaienses – Toyota de Gaia segunda em 2007, equipa que apostava forte na conquista do titulo e o GDCCP na tentativa de conquista do titulo. Deu-se a partida para os 12 Kms com 3 voltas no coração da mata Nacional do Buçaco, a corrida num sistema de sobe e desce e com grau de dificuldade elevado, desde já pelo percurso e ainda mais pelo terreno escorregadio e elameado fustigado pela chuva incessante, no final da 1ª volta o Grupo encontra-se na 4ª posição, fui transmitindo aos atletas que estavamos na corrida tinhamos que continuar a acreditar, durante a segunda volta passamos do quarto para o segundo lugar a apenas 2 pontos dos Gaienses – Toyota, depois de fazer mais uma analise à corrida cheguei à conclusão que para poder-mos vencer teriamos de ganhar pelo menos 2 lugares, porque em caso de empate tinha-mos vantagem por fechar-mos a equipa primeiro que os nossos adversários Os Gaienses. Com uma última volta espectacular de Vitor Barbosa e Rui Barbosa( 4 elemento do grupo, contam directamente 3 elementos) colocaram a equipa com vantagem de 3 pontos e o título pela 1ª vez veio para Castelo de Paiva. Foi para mim um dos momentos mais marcantes da minha vida Desportiva, percebi realmente o significado GDCCP na minha vida.

Percorreste Portugal de lés a lés para competir, já o fizeste também na Suiça e em Espanha, neste país por várias vezes, penso contudo, que a competição em Madrid aquando da Taça Ibérica terá tido um sentimento especial, ou foi simplesmente mais uma competição?

Foi de facto especial, não é todos os dias que temos o prazer e o privilégio de representar o Grupo da nossa terra e o País em simultaneo, como Campeões Nacionais, fazer-mos o desporto que amamos e culminar este misto de sentimentos com a conquista da Taça Ibérica, foi de facto perfeito.

Como concilias a tua vida de forma a correponderes como marido, pai e desportista?

Como tudo na vida é uma questão de equilibrio, e o atletismo é o meu equilibrio que me permite estar bem fisica e mentalmente, tendo naturalmente repercução no ambiente familiar, se de facto sou uma pessoa de bem com a vida a minha familia vai ser influênciada por esse clima saudável no seu dia a dia, esse bom ambiente vai refletir-se também no rendimento desportivo, sendo desse modo um melhor marido, pai e desportista.

O que representa para ti a corrida?

A corrida para mim é uma forma de estar na vida, de viver a vida, faz parte de mim é como o ar que respiro.

Quando terminará tua carreira desportiva?

Nunca pensei muito sobre esse assunto mas como sou um desportista competitivo continuarei até quando o corpo aguentar, embora a um nível fisico diferente do que tenho hoje, tenho essa noção, mas sempre com o intuito de andar nos limites, espirito jovem sempre.


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