Patrícia Andrade, desenvolve há vários anos um meritório trabalho no departamento das artes do Grupo Desportivo e Cultural de Castelo de Paiva.
Consegue, Patrícia, com simpatia, sensibilidade, educação esmerada, responsabilidade, originar uma empatia que se aplaude,e,que originou um movimento ímpar em Castelo de Paiva, colocando a nossa terra ao nível de outras com mais e melhores recursos.
Patrícia,estás envolvida em um projecto espantoso,o que te levou a esta paixão pelas artes?
Eu desde sempre gostei muito de dançar e no nosso meio, os bailaricos claro, de rir muito, de brincar e conforme eu cresci o gosto não me abandonou. Na escola tinha que estar em todos os saraus e festas !!, até que chegou o momento de escolher uma área de estudo, e apesar de também querer estudar psicologia, a dança falou num salto mais alto.
Este envolvimento pode propiciar um consumo elevado de energia,de onde provem a tua?
Podia concordar em pleno com esta pergunta, contudo, quando se AMA com corpo e alma o que se faz, não é difícil trocar uma bateria de vez em quando, e também porque todas as pessoas envolvidas neste AMOR partilham de uma tal cumplicidade que nem dá tempo para perceber que a pilha está acabar.
Os corpos ( escolas) de ballet tiveram muita visibilidade através da fundação Calouste Gulbenkian, também sentiste, como um rude golpe, a extinção desse projecto?
Sem dúvida que o Ballet Gulbenkian é uma referência em Portugal, arrisco até a dizer que poderia ser considerado “Património Nacional”. É uma pena que sejam mais valorizados fora do nosso país, como quase todas as artes, Portugal não está preparado para possuir cultura deste nível, a não ser que seja um negócio rentável, mas aí perde todas as características, torna-se apenas mais um negócio.
Castelo de Paiva, a nossa terra, carece de uma cultura artística, como consegues manter e motivar a tua/nossa escola?
Acima de tudo existe muito respeito por todos os que aqui estão e por tudo o que trazem consigo. Cada pessoa é um ser ímpar, com personalidade, com características e com pequenos remendos que precisam de ser cuidados para não abrirem em definitivo. A dança é, para mim, a arte mais completa e a que mais completa o interior do ser humano, apesar de todo o trabalho físico que se faz, de toda a estética e beleza que se transmite ao dançar. É a expressão da alegria da vida de cada um. Não consigo dançar só porque sim, é impossível não se envolver com carinho em cada movimento, é impossível perder a atenção dos que aqui estão porque têm tanto para dar e para receber.
Companhia Girassol, porquê girassol?
O Girassol é a flor do sol, acompanha-o desde que nasce até que se põe, e fica com jeito murcho quando não há sol. Vamos fazer de conta que nós somos os girassóis e a dança é o sol! E o sol faz sentido que seja para todos!
Este ano é o ano do 10º.aniversário da Companhia Girassol. VIVA O SOL QUE NOS UNE!
Foi frustrante para o Departamento das Artes do Grupo Desportivo e Cultural de Castelo de Paiva, a deslocação das actividades do Largo do Conde, uma vez que por aquelas instalações passavam diariamente dezenas de pessoas, como enfrentaste a mudança?
Confesso que foi complicado uma vez que as pessoas estavam habituadas ao espaço, ao que por ele se fez, como dele se tratou. É pena o que dele se perdeu. Mas nada é impossível, seguimos com a missão por pé próprio.
Com a saída de muitos Paivenses da nossa terra, que expectativas tens para as nossas actividades?
Atitude positiva! Os que vão levam concerteza o coração cheio. Os que ficam continuam a cultivar –se para mais tarde partilhar.
Deixa-nos partilhar, alguns dos teus anseios.
Como toda a gente também tenho os meus, é verdade. Porém não sou muito ambiciosa. Gostava de ter uma rua com o meu nome !! (riso).
Foi dado um passo, a ele têm-se juntado muitos passinhos, caminham juntos entusiasmados, mas faltam uns pares de bons sapatos que sozinhos não conseguimos ter. E se fosse uma escola profissional/artística?...
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